5 de setembro de 2013

de silêncios e de lembranças



gosto de sentar-me à porta ao entardecer
quando os dias são longos
envoltos em ventos frios
e as horas passam sobre o horizonte
em desalinho

o sol desaparece entalhado nas asas à deriva
as sombras agarram-se à terra
e o pensamento
é uma rua sem saída

anoitece entre as estrelas
o que ficou por dizer
é uma lembrança escorrendo pelos séculos
minhas mãos iluminadas por palavras
e minha boca
um silêncio moldado no estio

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